Introdução
Muita gente nem se dá conta das nuances do próprio timbre vocal. No entanto, prestar atenção nas alterações sonoras pode ajudar a identificar distúrbios que vão de uma rouquidão em estágio inicial ao câncer. Alguns cuidados podem não apenas garantir a saúde da voz, mas também retardar o envelhecimento. Sim, porque, como todo o corpo, a voz também envelhece. Trata-se de um fenômeno natural que começa no nascimento.É na puberdade que ocorre uma das principais alterações – a chamada muda vocal. Nos homens, o timbre fica mais grave em uma oitava. Nas mulheres, há uma mudança de quatro tons. Por volta dos 18 anos, as pregas vocais, já maduras, vão adquirir o timbre pessoal – a marca registrada de cada um de nós. A voz precisa de muita atenção ao decorrer de nossas vidas. E você, já parou para dar ouvidos a ela?As cordas vocais merecem ser preservadas. Este é um guia com orientações sobre os principais problemas que podem ocorrer com a voz e indicações com os hábitos saudáveis que podem reverter esses males. Afinal, você precisa das suas cordas vocais por toda a vida.
O que é a voz?
A voz é o som produzido pela vibração das pregas vocais (também conhecidas como cordas vocais), na laringe, pelo ar vindo dos pulmões.A falta de conhecimento de certos cuidados básicos para preservar a voz pode ter como conseqüência o desencadeamento de algumas doenças na laringe como, por exemplo, edemas, nódulos, pólipos, úlceras de contato, entre outras.O trabalho de reeducação do uso da voz tem como objetivo a adequação das estruturas fonoarticulatórias e a conscientização das pessoas para o seu uso adequado.As alterações vocais afetam a vida pessoal, social e, sobretudo, a profissional, gerando ansiedade e angústia. Por isso, com mais razão, os profissionais que utilizam a voz como seu instrumento de trabalho, muitas vezes, necessitam de um treinamento de apoio para desenvolver o seu potencial vocal.A voz é o instrumento de trabalho de aproximadamente 70% da população economicamente ativa, que dela depende, todos os dias, para alcançar o sucesso em suas ocupações.
Conheça os problemas mais comuns com a voz
Neoplasias: são os tumores nas cordas vocais. Podem ser benignas ou malignas, como é o caso do câncer de laringe. Os tumores benignos são resolvidos, na maioria das vezes, com cirurgia e não costumam prejudicar a saúde. Já os tumores malignos tem tratamento mais delicadoInflamações: Normalmente causadas por vírus, podem também ocorrer devido à bactérias ou fungos. As inflamações provocam machucados nas pregas vocais e levam à rouquidão. A doença mais comum que causa inflamação é a gripe. O tratamento é feito através de uma hidratação constante (no mínimo 3 litros d'água por dia) e muito repouso.Problemas funcionais: Alterações que provocam disfonia (ou rouquidão) sem que existam alterações físicas prévias que justifiquem a irregularidade da voz. Quem sofre de problemas funcionais de voz costuma usar a voz erradamente - por exemplo, grita e força os músculos da laringe ao falar. Aos primeiros sinais de cansaço ao falar ou rouquidão, procure um fonoaudiólogo para reeducar a fala.
Profissionais que dependem da voz para trabalhar devem procurar ficar em silêncio, de 5 a 10 minutos, por hora, para garantir a saúde vocal. |
Fique atento aos seguintes agentes ...
Álcool: irrita o aparelho fonador, responsável pela produção do som.
Drogas: sejam inalatórias ou injetáveis. Elas ressecam a laringe e prejudicam a voz.
Fumo: a fumaça quente irrita e agride a mucosa da laringe. Provoca a tosse crônica e pigarro.
Hábitos vocais inadequados: pigarrear para limpar a voz ou tossir com esforço, ressecam a laringe.
Poluição do ar: a fumaça e os tóxicos afetam o aparelho responsável pela produção da voz.
Ar condicionado: prejudica a mucosa das pregas vocais, pois o resfriamento é realizado através da redução da umidade do ar com conseqüente ressecamento do trato vocal, o que leva a pessoa a produzir a voz com maior esforço e tensão.
Câncer de laringe: o grande inimigo da sua voz.
É o tumor maligno do aparelho fonador. Seus sinais são rouquidão persistente, perda da voz, pigarro e tosse. O diagnóstico é feito por um otorrinolaringologista com o exame direto das cordas vocais, chamado laringoscopia direta. As chances de cura do câncer de laringe chegam a mais de 90% quando há diagnóstico precoce.O Brasil é o segundo país com maior incidência de câncer de laringe do mundo.
Sinais que podem indicar algum problema na laringe:
- Tosse duradoura, com mais de 2 semanas.
- Rouquidão e pigarro constantes.
- Dificuldade para respirar.
- Dor ao falar. Sensação de que a garganta está arranhando. Essa dor, quando o tumor esta avançado, pode chegar ao ouvido.
- Disfagia, que é a dificuldade para deglutir alimentos.
- Odinofagia, ou, dor ao engolir alimentos.
Fique sabendo...
Existem vários tipos de patologias diferentes ligadas à voz, mas, normalmente as pessoas só percebem a rouquidão. Em grande parte dos casos, uma doença surge pelo uso errado da voz. Cerca de 30% da população apresenta algum tipo de lesão nas cordas vocais.
Cuidar das doenças relacionadas à voz é fácil...
A maioria das pessoas esquece da prevenção e não dá atenção a sinais, como ardor, pigarro, rouquidão, irritabilidade, dor no pescoço, dificuldade em engolir e a sensação de que existe "uma bola na garganta" são os principais sintomas. A prevenção pode passar por atitudes simples como não falar alto, não beber líquidos gelados, diminuir o consumo de cigarro e bebidas alcoólicas, tomar bastante água e dar pequenas pausas para as cordas vocais durante o dia.
O diagnóstico precoce...
Os problemas de saúde vocal, quando diagnosticados precocemente, têm grandes chances de cura. O tratamento pode ser realizado através da fonoterapia, da medicação ou da cirurgia. Quanto mais cedo o diagnóstico, mais provável será a cura.
Falta conscientização!
Essa carência por informações é tão grande que, mesmo quando a saúde vocal já está bastante comprometida, a maioria das pessoas apela para gargarejos, pastilhas e sprays, pensando que o tratamento está concluído. Na verdade, essas soluções caseiras podem agravar o quadro e devem ser evitadas.
Editora responsável: Dra. Elisabete Almeid
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