sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Cigarro pode alterar consideravelmente mais de 300 genes, indica estudo


Um recente estudo genético pode ajudar a explicar a relação do cigarro com o câncer, doenças cardiovasculares e diversas outras doenças. As análises genéticas de 1,2 mil mexicanos de 40 famílias confirmaram que a exposição ao cigarro altera bastante os genes de forma negativa, incluindo aqueles associados ao crescimento de tumores, a doenças inflamatórias e à supressão do sistema imunológico.

Segundo os especialistas, o cigarro contém mais de 4 mil compostos, incluindo pelo menos cinco conhecidos carcinogênicos e numerosas substâncias tóxicas. E, na nova pesquisa - o maior estudo deste tipo já realizado -, os cientistas identificaram 323 genes que são significativamente alterados pelo cigarro. “Há tempos sabemos que o fumo aumenta o risco de uma pessoa para o câncer, e deprime o sistema imunológico. O que mostramos aqui é que o hábito de fumar altera o organismo no nível do DNA”, ressaltou a pesquisadora Jac. Charlesworth, do Instituto de Pesquisas Menzies, na Austrália.

Em artigo publicado na última edição do periódico BMC Medical Genomics, os especialistas destacam que identificar os mecanismos genéticos influenciados pelo tabagismo pode ajudar os pesquisadores que estudam o impacto do cigarro em diferentes órgãos. Agora, eles planejam estudar o impacto de outros fatores ambientais, como consumo de álcool e gordura, sobre os genes, e se isso pode ser revertido. “Sabemos que os riscos de muitas doenças relacionadas ao cigarro declinam quando as pessoas param de fumar, mas não sabemos se as mudanças na expressão dos genes voltam, gradualmente, ao normal, ou se alguns são permanentemente alterados”, concluiu a cientista.

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