segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CAMPANHAS DE VANIÇÃO CONTRA A RAIVA




Campanhas Anuais de Vacinação Contra a Raiva


O objetivo das campanhas de vacinação é o de estabelecer, em curto espaço de tempo, uma barreira imunológica capaz de interromper a transmissão da raiva na população canina de uma comunidade e o comprometimento das populações felina e humana.
A Campanha Anual de Vacinação Contra a Raiva Canina deve ser entendida como uma atividade de emergência para áreas endêmicas ou epidêmicas e, portanto, envolver todos e quaisquer animais, independentemente de idade e de condições gerais de saúde.
O fator de importância a ser estabelecido é a barreira imunológica na população canina, dificultando a disseminação do vírus rábico.
A Campanha Anual de Vacinação Contra a Raiva Canina é uma das ações do Programa de Controle da Raiva. Por intermédio dela, se procura obter um grande número de animais vacinados, num mesmo e breve espaço de tempo, sendo dispensável programá-la por mais de um período, desde que adequadamente planejada e conduzida. Trata-se de uma atividade que envolve uma população animal.
A experiência de diversos municípios tem demonstrado que, quando a campanha se desenvolve mais de uma vez ao ano, a administração de mais uma dose de vacina, caracteriza uma revacinação, em animais já vacinados na campanha anterior, pois são os mesmos proprietários que procuram os postos de vacinação. A cobertura não se estende a animais não vacinados ou a novos animais integrados à população canina.
Aqueles animais que não forem vacinados por ocasião das campanhas, devido a diferentes causas - como ausência dos proprietários nos dias de va-cinação nas proximidades de suas residências, idade inadequada para a primo-vacinação, ou pelo fato de os animais terem nascido após o desenvolvimento dos trabalhos em sua área de permanência, ou estarem doentes, submetidos a tratamento com
imunossupressores - devem ser vacinados em postos fixos mu-nicipais, clínicas particulares ou outros serviços de confiança dos proprietários, ou vacinados por ocasião da vacinação de repasse, recomendada para o período de um ano entre duas campanhas. O contingente populacional que representa, geralmente, não justifica o comprometimento dos diferentes serviços municipais numa segunda campanha, devido ao pequeno acréscimo que resultaria na cobertura populacional.
As recomendações da área clínica da Medicina Veterinária, diferentemente das campanhas de órgãos públicos, preconizam a vacinação contra a raiva de cães e gatos a partir dos 4 meses de idade.
As duas orientações não se contrapõem. Apenas, ocorre que nas campanhas, a população, objeto do trabalho, encontra-se sob alto risco de infeção rábica. Ainda que pequeno contigente de cães e/ou gatos jovens seja estimulado imunologicamente e as respostas sorológicas possam ser baixas, constata-se uma diminuição no número de susceptíveis.
No caso de animais vacinados em clínicas, o controle por parte dos proprietários diminui o risco de exposição ao vírus rábico, oferecendo segurança para vaciná-los em idades superiores, pois são animais avaliados individualmente, sendo possível adotar indicações particularizadas, de acordo com a orientação e a decisão de cada profissional.
A meta a ser atingida pela vacinação de cães no sistema de campanhas, preconizada no 8º Informe de Peritos em Raiva da OMS, é de, no mínimo, 75% da população canina estimada. 
A Comissão de Coordenação do Programa de Controle da Raiva, do Estado de São Paulo, considerando que as ações do Programa são desenvolvidas parcialmente na maioria dos municípios, sendo dada maior ênfase às campanhas anuais de vacinação, recomenda que a meta de vacinação canina seja de, no mínimo, 80%.
Merece especial atenção a estimativa da população canina, a fim de que os valores obtidos se aproximem realmente da meta proposta. Ao analisar uma série histórica de resultados das campanhas de vacinação contra a raiva, as coberturas vacinais que se mantenham, constantemente, acima de 80 a 100% sugerem uma subestimativa da população canina, precisando de correção, segundo taxas de crescimento detectadas em estudos específicos. 
Os municípios considerados em condição epidemiológica de controle devem avaliar seus parâmetros e metas a atingir, a fim de preservar tal característica epidemiológica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário